A Indústria 4.0 na Economia do Mar – webinar INOVSEA

As tecnologias que caracterizam a indústria 4.0 potenciam a inovação incremental, radical e disruptiva – em todos os setores, incluindo as atividades da economia do mar.


A Quarta Revolução Industrial ou indústria 4.0, é caracterizada pelo rápido desenvolvimento de novas tecnologias que promovem a fusão dos mundos físico, digital e biológico, impactando todas as disciplinas, economias e indústrias.

Esta combinação de tecnologias está a mudar de forma exponencial a forma como vivemos, trabalhamos e interagimos, desafiando mesmo as ideias que temos sobre o que significa ser humano.

De uma forma simples, a Quarta Revolução Industrial refere-se à forma como tecnologias como a inteligência artificial (AI), veículos autónomos e a Internet das Coisas (IoT) se estão a fundir na vida física das pessoas, levando a uma transformação social semelhante às revoluções industriais anteriores.

Outras tecnologias estão associadas a esta revolução, incluindo a supercomputação móvel, os robots inteligentes, a impressão 3D, a edição genética, a neuro-tecnologia, a computação quântica; a realidade virtual e a realidade aumentada, a blockchain, os materiais inteligentes, os navios autónomos e os portos automáticos, a produção de alimentos em laboratório, entre outros.

Referindo-se à Quarta Revolução Industrial, Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Económico Mundial, afirmou que "As mudanças são tão profundas que, da perspetiva da história humana, nunca houve um momento de maior promessa ou perigo potencial. A minha preocupação, no entanto, é que os tomadores de decisões estão tantas vezes presos ao tradicional, linear (e não disruptivo) ou muito absorvidos com preocupações imediatas, para pensar estrategicamente sobre as forças de rutura e inovação que estão a moldar o nosso futuro."

As três primeiras revoluções industriais

Existe um tema comum entre cada uma das revoluções industriais: a invenção de uma tecnologia específica que mudou fundamentalmente a sociedade.

A Primeira Revolução Industrial começou na Grã-Bretanha por volta de 1760, tendo sido impulsionada por uma grande invenção: a máquina a vapor. Esta tecnologia possibilitou novos processos de produção, levando à criação de fábricas.

A Segunda Revolução Industrial chegou cerca de um século mais tarde, tendo sido caracterizada pela produção em massa em novas indústrias como o aço, o petróleo e a eletricidade. A lâmpada (1879), o telefone (1860) e o motor de combustão interna (1866) foram algumas das principais invenções desta época.

A Terceira Revolução Industrial teve início em 1960 e ficou conhecida como a revolução digital ou informatização, trazendo invenções como o semicondutor, o computador pessoal e a internet.

A Quarta Revolução Industrial é diferente da terceira devido à velocidade e abrangência da evolução das tecnologias e ao impacto dos sistemas. Também devido à forte ligação entre os mundos digital, físico e biológico.

Impactos da Indústria 4.0

A Quarta revolução Industrial (Indústria 4.0) tem um fortíssimo impacto na vida das pessoas, exigindo uma rápida adaptação à mudança e muita agilidade nas decisões. Nada é estático, os empregos tradicionais podem desaparecer a qualquer momento e, em simultâneo, nascem novas profissões que nunca ninguém imaginou. A indústria acelera o ritmo de desenvolvimento e os sistemas de educação e ensino têm de se adaptar para preparar as pessoas para a flexibilidade e para as novas competências que serão fundamentais no futuro local de trabalho.

Um estudo recente intitulado “The next era of human-machine partnerships”, refere que “85% das profissões que os alunos de hoje irão encontrar em 2030 ainda não foram inventadas”. Mais qualificação, requalificação, aprendizagem ao longo da vida serão palavras-chave. Educação, formação e ensino transformam-se simplesmente em aprendizagem.

As “hard skills” são leves; as “soft skills” são pesadas. Uma combinação de raciocínio complexo (pensamento crítico, raciocínio dedutivo, aprendizagem ativa) e criatividade e inteligência socio-emocional (escuta ativa, perceção social, persuasão, negociação e orientação ao serviço), serão cada vez mais relevantes.

Naturalmente, as desigualdades sociais e económicas tenderão a agravar-se e aumentará a diferença entre as PMEs e as grandes empresas.


Ficar parado não é opção – o futuro será “passo a passo, ferozmente”.

O webinar “A Indústria 4.0 na Economia do Mar” realizou-se nos dias 19 e 21 de janeiro. As apresentações dos participantes estão disponíveis online, em formato PDF e em vídeo.




SOBRE O PROJETO INOVSEA

Promovido pela Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) e pela Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF), o projeto INOVSEA promove a inovação e a competitividade na economia do mar das regiões costeiras do Alto Minho e Baixo Mondego, visando a valorização sustentável do potencial económico dos recursos do mar de ambas as regiões.

A inovação, o conhecimento e as redes de cooperação são as peças centrais do projeto INOVSEA. Neste contexto, é potenciada a interligação das empresas a centros de conhecimento e de ciência, através da definição de um ecossistema de inovação que possa apoiar e agilizar o crescimento da economia do mar. O ecossistema de inovação é constituído por um segmento científico que inclui entidades de ensino, universidades e instituições de investigação; e por um segmento institucional que inclui associações, clusters, fundações, municípios e entidades públicas.

É ainda promovida a aproximação a entidades com recursos e competências específicas, nomeadamente incubadoras, centros tecnológicos, redes de empresas e de internacionalização, fontes de capital e habitats de captação de talento.